A redução do colesterol LDL pelas estatinas permanece o tratamento mais validados pelos estudos para diminuir a ocorrência de eventos cardiovasculares.
Entretanto, com certa frequência aparecem notícias e publicações desestimulando seu uso por potenciais problemas atribuídos a elas. Mas será que essas informações tem validade e são verdadeiras?
Estatina causa demência – MITO
Nunca se demonstrou que as estatinas causem demência ou problemas de memória. Pelo contrário, existem dados que mostram que pacientes em uso de estatinas apresentaram risco significativamente menor de demência vascular. Esse é o segundo tipo mais comum de demência, que é ocasionada pela obstrução dos vasos sanguíneos do cérebro por placas de colesterol.
Então se a sua preocupação é a memória, o remédio para colesterol pode estar ajudando.
As estatinas fazem mal para os rins – MITO
Essa informação não está só incorreta, como as estatinas têm na verdade um papel importante na redução da taxa de mortalidade em pessoas com doença renal crônica.
Estatina pode causar dor muscular – VERDADE
Sim, a lesão do músculo é um efeito colateral possível das estatinas. Hoje com as estatinas mais modernas vemos cada vez menos esse tipo de efeito colateral, sendo a medicação muito bem tolerada por mais de 90% dos pacientes.
Estima-se que de 2% a 10% dos pacientes em uso de estatina podem queixar-se de dor muscular; 0,5% podem apresentar miosite, que é uma inflamação do músculo, e apenas 0,1% apresenta rabdomiólise, que é uma lesão grave do músculo. Por isso, como qualquer outra medicação, deve ser indicada pelo seu médico, na dose adequada e o acompanhamento necessário
Estatinas evitam doenças cardiovasculares – VERDADE
Essa é a verdade que considero mais importante!
As estatinas são medicações que comprovadamente inibem o acúmulo de colesterol nas artérias, um processo chamado de aterosclerose, e que a longo prazo leva a doenças cardiovasculares graves, como infarto e AVC.
Uma metanálise (grande estudo que une e analisa as informações combinadas das melhores pesquisas sobre o tema) concluiu que para cada 40 mg/dL de redução do LDL colesterol com estatinas, ocorreu diminuição de 10% da mortalidade por todas as causas e 20% de redução no número de mortes por doença arterial coronária. Com base nessas evidências, o uso de estatina está indicado em tratamento para prevenção primária e secundária como primeira opção.
E com base nessas evidencias podemos afirmar que o tratamento de longo prazo com estatinas é seguro, com baixo risco de efeitos colaterais, e que seus benefícios superam de longe seus riscos.
Com tantas informações disponíveis na internet é normal ficarmos confusos e receosos quando vemos uma notícia. Por isso, é fundamental encontrar um médico que te transmita segurança para tirar todas as dúvidas e não simplesmente parar ou deixar de iniciar uma medicação, principalmente quando há evidência de que ela pode evitar uma grave complicação cardíaca.
Palavras-chave: colesterol, estatinas, cardiologia, prevenção de doenças cardíacas, doença renal, demência, médica cardiologista.