Category Cardiologia

Diversos estudo já demonstraram que a obesidade é um fator de risco independente para ocorrência de eventos cardiovasculares, especialmente doença coronariana (ex: infarto), insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).

Isso ocorre independente da idade, da pressão arterial, dos níveis de colesterol e da glicose.  Em um desses estudos mulheres com índice de massa corporal (IMC) acima de 32kg/m2 apresentaram um risco de morte por doença cardiovascular 4 vezes maior que aquelas com IMC menor que 19kg/m2. E sabe-se que quanto maior o IMC, maior é a prevalência desses fatores de risco.

 

IMC é a sigla para Índice de Massa Corpórea, parâmetro adotado pela Organização Mundial de Saúde para calcular o peso ideal de cada pessoa.

Além disso, a obesidade, especialmente do tipo abdominal ou visceral, se associa com outros fatores que contribuem para um maior risco cardiovascular. Hipertensão arterial, intolerância à glicose, hipertrigliceridemia com HDL baixo e hiperinsulinemia, associadas ao aumento da circunferência abdominal, constituem a “síndrome metabólica” que promove um risco aumentado de doença aterosclerótica, ou seja, acúmulo de gordura nas artérias. 

 

Baseado nesses dados o que nos alarma é que prevalência de obesidade dobrou em mais de 70 países. No Brasil, especificamente, a frequência da obesidade aumentou de 13,9% para 19,8%, de 1999 a 2009. E a prevalência de síndrome metabólica acompanhou essa tendência: em Florianópolis (SC), por exemplo, saiu de 19% a 25% para aproximadamente 31%, de 2000 a 2014.

 

Em 2015 o excesso de peso (índice de massa corporal ≥25 kg/m2) provocou 4 milhões de mortes no mundo, das quais quase 40% foram por doença cardiovascular.

 

Em 2019, o excesso de peso respondeu pela quinta e sexta causas de morte no mundo para homens e mulheres, respectivamente. 

Vemos com frequência as condições associadas ao excesso de peso, como a hipertensão arterial, a dislipidemia e a disglicemia serem tratadas adequadamente. Contudo, muitas vezes não vemos a causa ser abordada de forma adequada. A redução do peso é, talvez, um dos maiores desafios para a prevenção não apenas de doença cardiovascular, mas de outras complicações da obesidade. trazendo benefícios como: 

  • Diminuição da pressão arterial; 
  • Redução da incidência de diabetes e da resistência à insulina; 
  • Melhora do perfil lipídico (colesterol); 
  • Melhora da função endotelial; 
  • Redução da concentração da proteína C-reativa

 

Perdas de 10% do peso já se associam a importantes melhoras metabólicas, igualando o risco cardiovascular a uma pessoa não obesa. 

Recentemente tivemos uma grande novidade! Um novo estudo chamado SELECT, comprovou que o uso da Semaglutida 2,4mg, em pacientes com obesidade, sem diabetes e com doença cardiovascular, em um período de até 5 anos, reduziu em 20% o risco de evento cardiovascular em comparação ao grupo sem medicação. 

 

Importante lembrar sempre: atividade física e reeducação alimentar são sempre pilares fundamentais no tratamento da obesidade!

 

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